Se quisermos ter uma visão mesmo completa da ciência, da política e do conhecimento cultural influenciado pelos média, no que diz respeito ao Aquecimento Global, temos que incluir também as fontes que estão a ser ignoradas pelo status quo por se desviarem muito dos seus interesses. Vou resumir algumas fontes, para que vocês possam ficar com uma visão bem clara daquilo que se passa em diversas frentes, quando estamos a meio da conferência do clima de Paris.
Começando por aquilo que já toda a gente sabe, ou está exposta, em direcção ao que muito pouca gente sabe. Quando se abre uma janela privada no nosso browser, para pesquisarmos por “Alterações Climáticas” no Google sem quaisquer influências do nosso historial na Internet sobre os resultados, é isto que encontramos: websites governamentais, como a Agência Portuguesa do Ambiente, a Agência Europeia do Ambiente, e a WWF (que além de ser internacional, é uma ONG conhecida ultimamente pela quantidade de dinheiro que recebe e as suas ligações às elites Monárquicas) com uma ciência básica das alterações climáticas, os objetivos de mitigação até 2050 para se evitar chegar aos 2℃ (limite máximo sugerido de variação da temperatura média do planeta desde a revolução industrial para que a humanidade não entre numa calamidade), e as suas consequências nefastas lá por volta de 2100. Também se encontra a página da Wikipédia sobre Alterações Climáticas (climate change), que apenas fala em gases de efeito de estufa no último parágrafo. No topo dessa página da wikipédia encontra-se um link para a página Aquecimento Global. Essa sim pode ser considerada uma fonte aceitável para se compreender, de forma geral, o que são alterações climáticas e em que situação estamos. Mesmo assim, incompleta. Se não estivesse incompleta, não me daria ao trabalho de escrever mais nesta publicação para além de vos indicar esse link. Mas como há mais, e muda bem a figura das coisas, aqui vai.
A GreenPeace está a lançar campanhas para “escreverem” (já está escrita, é só preencherem os seus dados – inscreverem-se – e clicar “send message”) cartas ao Presidente Obama a exigir-lhe que proteja o Ártico de futuras explorações de petróleo. Como se impedir que se perfurasse o Ártico por petróleo fosse impedir que o gelo derretesse todo pela primeira vez no ano seguinte ou no máximo até 2020. Como se o nosso congelador estivesse desligado e a derreter, para sempre, e se fizesse uma campanha para proteger os bifes de serem comidos já ao jantar, como se isso fosse “salvar” a casa da fome prolongada que está para vir. Como a GreenPeace, encontramos outras ONGs com focos similares ou que ignoram completamente a parede contra a qual a humanidade acelera. Save the Arctic aproveita e segue a febre da Marcha pelo Clima, mas quando se vê o foco do seu activismo, parece que ainda estão a tentar salvar o urso polar; completamente alienados de que o gelo no Ártico vai desaparecer em breve e independentemente daquilo que se faça, ou simplesmente percebendo que não se consegue continuar a angariar fundos enfrentando essa realidade? Não sei, mas de modo similar, a Ocean Conservancy parece não estar nem aí para a acidificação dos oceanos que está em vias de tornar alguns oceanos inóspitos à vida de organismos essenciais na cadeia alimentar, já em 2030.
Será que aquelas iniciativas ativistas diretamente focadas nas alterações climáticas estão a ter um foco mais relevante? A Climate Reality celebra que o estado de Alberta, no Canadá, capital da extração de petróleo das areias betuminosas, ‘planeia‘ impor uma taxa de carbono. Planeia! Taxa de carbono! para os milionários pagarem para continuarem a levar a humanidade em direção à extinção?! Num país que proibiu os cientistas de falarem com os média sobre alterações climáticas! O que é que estas iniciativas ativistas estão a celebrar? Será que o papel delas é relevante? Talvez, sim, seja relevante para nos distrair e perpetuar esta cultura, ao publicar sobre ela mas sem mudanças significativas culturais e no modo de pensar.
Climate Progress, uma das mais conceituadas fontes de notícias sobre alterações climáticas, publica: “Prova científica de que a Exxon e os Kochs (ricaços dos combustíveis fósseis) distorceram o entendimento público sobre alterações climáticas“. E depois?! Fazer queixinhas e apontar quem tem a culpa tem o mesmo peso que publicar sobre a ciência, as soluções e a urgência em aplicá-las? Ou este outro exemplo de publicação: “Companhias de Fracking (exploração de gás natural) estão cada vez piores no revelar das substâncias que usam.” Noam Chomsky explica muito bem o impacto que este tipo de notícias tem em nós: mantém um debate muito vivo, mas dentro de certos limites de debate. Ou seja, torna-se mais uma distração que uma informação, já que o fracking, com ou sem substâncias perigosas para o ambiente e a saúde, trata de captar um combustível fóssil, com emissões de CO2. Daaah! E esta “Metano tem estado a derramar deste local de gás natural durante um mês“. Eles ignoram propositadamente a informação científica regular sobre as gigatoneladas de Metano existentes no fundo do Mar da Sibéria, no Oceano Ártico, que se liberta diariamente com o aumento da temperatura do mar e em quantidades cada vez maiores… como sendo a tal ciência do cenário negro radical… para publicarem isto?! Bem, vamos passar à política; se bem que isto até agora parecia-se mais com política que ativismo.
Será que o Obama, e os restantes presidentes de países influentes, estão mesmo dedicados a combater as alterações climáticas? A única ONG que parece estar um pouco mais próxima da realidade e do foco necessário, mas ainda assim a ignorar alguma ciência climática por ser “radical” demais, é a 350.org (assim chamada por outrora lutar por manter os níveis de dióxido de carbono atmosférico abaixo do valor crítico de 350ppm; alguns anos depois, exatamente este fim de semana, foi o último momento em que a humanidade verá valores de CO2 atmosférico abaixo de 400ppm) que me mostra o primeiro sinal de esperança de entre todas as notícias até agora, com esta publicação e citação da Naomi Klein “E se, ao invés de ser empurrada para o lado em nome da guerra, a acção climática tomasse o centro do palco como a melhor esperança do planeta para a paz?”. Como sabemos, os lideres mundiais mais influentes estão todos focados em guerra, a indústria que mais dinheiro envolve e que queima combustíveis fósseis todos os dias, com vista ao controlo dos combustíveis fósseis mundiais. Não. O teatro deles de preocupação com alterações climáticas é apenas aquele que é suficiente para manter a opinião geral do público do seu lado, enquanto continuam com as suas agendas de domínio mundial. Vamos a números?
Segundo o site da Union of Concerned Scientists [União de Cientistas Preocupados], os países com maiores emissões de CO2 são: #1 China, #2 Estados Unidos, #3 Rússia, #4 Índia, #5 Japão. O primeiro país europeu vem em #6, Alemanha, mas se juntarmos a Europa como um bolo só, passamos logo para terceiros com mais emissões de gases de efeito de estufa. Mas estes países têm números muito diferentes de seres humanos lá a viver. Se virmos per capita, ou seja, por cada ser humano que lá vive, os valores são bem diferentes. Aí, os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Arábia Saudita emitem (consomem e poluem) cada um deles, mais do dobro de qualquer um dos outros países, excepto da Rússia, que fica a dois terços das emissões desses países mais poluentes.
O que é que estes países estão a fazer para reduzir as emissões de CO2 e combater o aquecimento global ao procurar mitigar o seu impacto nas alterações climáticas? O que é que os Estados Unidos estão a fazer?
O maior senhor da guerra de todos os tempos, também presidente do segundo país com maiores emissões de CO2 do mundo, apesar de não estar nem perto de ser o país com mais população, Obama, faz o seu papel de político: conseguir que 200 nações estejam de acordo não será fácil, mas estou confiante”…” acho, de facto, que vamos resolver isto.
O Bill Gates, o homem mais rico do mundo, criou um fundo de 2 mil milhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento de energia renovável. Quando a sua riqueza é de +70 mil milhões porque é que aplica apenas 2 mil milhões e não o faz na instalação de energias renováveis mas apenas na pesquisa?
Esperem. Eu ia já todo acelerado percorrer um a um o que os países com maiores taxas de emissões de CO2 estão a fazer, e o que estão a dizer os seus presidentes e pessoas mais influentes, mas, não é esse o melhor modelo de análise para se perceber o que se passa. Este artigo, do qual traduzo alguns parágrafos, pegou no assunto com um modelo e resumo bem mais representativo da realidade humana neste planeta.
“Porque é que as Conversações de Paris Estão Condenadas a Falhar, como Todas as Outras.
Mesmo que o mundo celebre um acordo climático a 11 de dezembro, o processo vai ter que ser visto como um falhanço. Deixem-me explicar porquê.
A razão de base é que uma distribuição desigual de emissões de carbono nem está na agenda. A responsabilidade histórica do Ocidente não está na mesa, nem está o método de responsabilidade que olha para as emissões que um país consome em vez das emissões que produz. Ao invés, o que está na mesa são uma extensão de alguns mecanismos e outros novos que permitirão aos países ricos do ocidente terceirizarem os seus cortes nas emissões de modo a pintarem-se de verde.
Quando os dados são incluídos, 2015 é provavelmente o ano mais quente dos registos e acabámos de chegar a um aumento de 1℃ de temperatura desde a revolução industrial,meio caminho para os 2℃ amplamente acordados como sendo o limite de aquecimento global máximo seguro. É a subida de temperatura de superfície mais rápida do registo geológico conhecido no mundo. Estamos a entrar em “território não mapeado”.
Os perigos do aquecimento global têm sido conhecidos – até pelos executivos de companhias petrolíferas – desde pelo menos o início dos anos 80. Contudo, apesar dos 25 anos de conversas climáticas lideradas pela ONU, o mundo está a queimar mais combustíveis fósseis que nunca.
Isto não é simplesmente da culpa das grandes economias emergentes como a China, Índia ou Brasil. Em vez disso, aquilo com que estamos a lidar é o fracasso fundamental do capitalismo neoliberal, o sistema económico dominante no mundo, a confrontar a sua fome por crescimento exponencial o qual apenas é possível pela sua densidade energética excecional por combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás.”
Mas no meio disto tudo, há um indivíduo, no mínimo interessante, no foco da economia climática e que vale a pena partilhar. Já conhecem o Jeremy Rifkin? Conselheiro para a economia da chanceler alemã e chamado pelo governo chinês assim que souberam do seu famoso best-seller “A Terceira Revolução Industrial”, tem uma apresentação muito recente no youtube que é verdadeiramente elucidativa e inspiradora. Só vendo. Pena que não está legendada em Português. Têm aqui uma entrevista ao Jeremy Rifkin, esta sim em Português que vos dará uma bom início para conhecê-lo e perceber porque é uma figura de referência (ou que pelo menos devia ser) no tópico das alterações climáticas.
Mais recente ainda: Quão fácil é revertermos todas as nossas fontes energéticas para renováveis? Um estudo por Jacobsson, publicado esta semana, desenhou um mapa com o percurso economicamente e tecnologicamente viável para todos os países numa transição global urgente para 100% energias renováveis até 2050. O aquecimento global seria fácil de resolver, não fosse a política e o sistema económico distorcido da realidade.
E é isso o que nos resta para completar esta publicação: A ciência climática. Esta é a parte mais interessante. Sem rodeios nem distorções políticas, opiniões ou debates, apenas ciência, o que é que se passa? A fonte de informação mais clara e completa de âmbito científico não se encontra em sites institucionais governamentais, internacionais, universitários ou de ONGs. As melhores fontes que encontrei são, interessantemente, blogues de cientistas ou grupos de cientistas que estão a ser ignorados pelo status quo e cultura vigente, que se tornaram “activistas online” de modo a partilharem os estudos e a explicação da ciência climática que melhor descrevem a urgência da situação. A ciência climática nunca foi tão interessante como quando descobri estes blogues.
Sam Carana é certamente quem nos traz as melhores explicações da ciência climática, no blogue Notícias do Ártico [Arctic News], e também a figura mais enigmática. Porquê? Porque ninguém ainda viu a sua cara. Mas o grupo de cientistas que se acredita estarem por detrás daquele avatar, e que podem ser encontrados e também publicam no blogue onde Sam Carana publica, são famosos e respeitados na ciência climática no seu trabalho. Alguns artigos de Sam Carana e não só encontram-se traduzidos no blogue Alterações Climáticas, em Português. A mais recente publicação no Arctic News foi feita por Abert Kalio e é sobre o recorde mais baixo para esta altura do ano tanto da área como da espessura do gelo do mar do Ártico, onde as temperaturas apresentam anomalias de +20℃ que aquilo que deveria ser a temperatura encontrada naquela zona do globo para este mês.
Robertscribbler é outro blogueiro incansável na partilha da mais recente ciência climática. Os eventos naturais resultantes das alterações climáticas, as implicações para a humanidade e a urgência da resposta desta a esses eventos é suportada com os mais recentes estudos, imagens de satélite, gráficos e o que mais, o que torna esta fonte outra das mais interessantes para quem quer compreender a ciência climática desde o todo planetário até à sua relação com os eventos locais. No seu mais recente artigo, “Conferência do Clima de Paris ‘Nos Limites do Suicídio’, os comprometimentos [para resolver a crise climática] não estão nem próximos de evitarem chegarmos aos +2℃.” diz o seguinte: “O problema, tal como se apresenta, é o grande fracasso em comunicar a presente severidade da crise de aquecimento atmosférico global. Parte deste fracasso envolve a incapacidade ou falta de vontade em traduzir as descobertas sobre a corrente sensibilidade climática do sistema terrestre numa linguagem relevante para a presente política global, e em seguida reportá-la amplamente. Se os média mainstream estivessem em cima da bola, eles estariam a reportar as descobertas do relatório anual da UNEP, Emissions Gap Report. Estariam também a prestar mais atenção aos discursos recentes do Dr. Kevin Anderson que endereçaram esta questão crítica.”
Uma das figuras mais famosas para aqueles que pesquisam e vasculham a ciência climática minimamente, é Guy McPherson. Ele é talvez a figura mais controversa das Alterações Climáticas, ainda mais ignorado que os negadores do clima, (ou negadores do aquecimento global, seja lá como os quisermos chamar). Porquê? Porque este professor Emeritus da Universidade do Arizona, abandonou a carreira para se dedicar a palestrar e dar entrevistas sobre como a ciência climática aponta para que a humanidade já não se veja livre de ser extinta em breve neste planeta. Quão breve? Por volta de 2040. Que querem que vos diga…? Não deixa de ser uma previsão futura, mas… mesmo ignorando a evidência diária da temperatura e das emissões de CO2, que em vez de serem reduzidas continuam a aumentar, por países que gastam mais em defesa – ou guerra, para sermos francos – do que em se juntarem para corrigirem este problema da família humana, de uma tal simplicidade tecnológica para uma espécie que leva naves a plutão… olhem para a ciência climática que Guy McPherson referencia para apoiar a sua previsão, antes de mais nada. Eu olhei. Crenças e bolas de cristal à parte, não é preciso ser bruxo para perceber que vamos nessa direção. E a ciência climática é super interessante. A vida fixou carbono ao longo de imensos anos. E nós agora libertámos mais carbono na atmosfera do que os registos geológicos planetários indicam alguma vez ter acontecido na Terra. E chega a um ponto que o planeta faz isso por nós, nem precisamos continuar a queimar combustíveis fósseis nem criar gado. O CO2 já não vem só do petróleo e carvão mas vem dos fogos florestais e do descongelar da Permafrost, e o metano já não vem da digestão das vacas mas sim do fundo do mar do Ártico quando aquece. Guy McPherson tem uma atualização regular do que se passa no tópico das Mudanças Climáticas, e já tem pelo menos um vídeo de uma entrevista pela RT News também legendada em Português, intitulada no youtube como “Cientistas prevêem extinção da humanidade até 2040” e uma palestra intitulada “Aquecimento Global e Extinção da Espécie Humana“.
O que anda este homem a fazer? Apenas a assustar o mundo com maluqueiras do fim do mundo? Não propriamente. Ele apenas cita outros cientistas que também estão a ser ignorados. Por exemplo, o que é que Guy McPherson adicionou esta semana na sua atualização regular do ensaio sobre alterações climáticas? “A análise de Wasdell de Setembro 2015 inclui várias conclusões merecedoras de nota: (1) ‘Estimativas computacionais correntes da sensibilidade do clima revelam-se perigosamente subestimadas’ revelando (2) ‘uma amplificação em oito vezes do forçamento por CO2 (em contraste com a amplificação 3 vezes maior prevista pelos modelos climáticos computacionais do IPCC (Painel Internacional para as Alterações Climáticas)’, (3) ‘o limite de temperatura alvo de 2°C decidido é muito elevado’ (enfase no original), e (4) ‘as alterações antropogénicas estão a acontecer pelo menos 100 vezes mais rápido do que em qualquer altura do registo paleontológico’ O ponto final do relatório: ‘Não há excedente de carbono a consumir. Já foi massivamente gastoem demasia, mesmo para o objetivo dos 2°C.” Ou: “O Oceano do Hemisfério Sul está a acidificar a uma tal taxa devido ao aumento das emissões de dióxido de carbono que amplas regiões poderão tornar-se inóspitas para a sobrevivência de organismos chave na cadeia alimentar, tão cedo como 2030, segundo um estudo de 2 de Novembro de 2015 na edição online de Nature Climate Change.”
Se depois disto ainda estão a ler, e consideram dar uma chance e espreitar a ciência, poderão certamente achar tão interessante e intrigante como a colaboração entre a equipa sueca e a equipa russa, liderada por Natalia Shakhova, que percorreu o mar do Ártico e observou e registou, “no terreno”, a libertação dos clatratos de metano do fundo do mar, foi simplesmente ignorada pela Royal Society e criticada pelo diretor do projeto NASA Goddard, que deram preferência à apresentação dos modelos climáticos por computador da NASA, ou seja, teóricos, e que não incluíam a libertação dos hidratos de metano nos seus modelos.
Não fica por aí o “bando de cientistas maluquinhos”. O especialista em paleontologia do clima Paul Beckwith é incansável na publicação de actualizações sobre as alterações climáticas, fazendo até vídeos com gatos no youtube para chamar a nossa atenção. Uma curta atualização da situação climática por Paul Beckwith pode ser encontrada traduzida para Português. Paul Beckwith filmou e publicou recentemente a intervenção de James Hansen no COP21 Paris “Injustiça Climática e Desonestidade Governamental”.
O Professor Peter Wadhams, de Física dos Oceanos da Universidade de Cambridge, perito em gelo do Ártico e a destabilização do metano e permafrost, que dada a sua idade e estatuto não tem nada a temer, é outro cientista traduzido para Português que aconselho a ver. O Artic Methane Emergency Group, ou grupo de emergência para o metano no Ártico, liderado por Peter Wadhams, publicou recentemente um artigo do Dailymail.co.uk: “Colinas enormes de metano encontradas no fundo do mar Ártico: Pingos subaquáticos podem revelar pistas preocupantes sobre alterações climáticas.” Resumindo a publicação, estes pingos vão até 1000 metros de largura e 10 metros de altura; formam-se ao longo do leito do mar no mar South Kara ao pé da Sibéria; especialistas acreditam que resultam do derretimento da permafrost; estes “pingos” podem colocar um perigo se rebentarem, libertando quantidades enormes de gás.”
Outro cientista muito activo no ativismo online é Jasson Box, da Dinamarca, perito no gelo da Gronelândia. Infelizmente, não encontrei nada dele traduzido para português.
Uma pesquisa no Google em Português, e mesmo em Inglês, revela bem porquê a humanidade ainda não só não resolveu este problema – mesmo após mais de 20 anos de James Hansen ter alertado os média do “ponto de não retorno” e ter sido proibido de falar com jornalistas pela NASA e a Casa Branca – como até se enterrou ainda mais. Não há nada que se encontre na pesquisa por termos comuns no Google ou no Youtube que possa mudar esta cultura retrógrada e ecocida. Ao invés, apenas se encontra informação institucional, tímida, obediente, que perpetua o status quo. É um desafio muito interessante procurar mudar esta cultura humana, este movimento em direção ao ecocídio.
Fica aqui a proposta de se organizar uma colaboração voluntária de traduções e publicações online em Português sobre a ciência da Mudança climática e as soluções e iniciativas que podem mudar a cultura geral se forem partilhadas e se tornarem do conhecimento geral. Basta comentar a esta publicação, quem estiver interessado.
Grato por terem lido até ao fim,
Que vivam a cada momento, com toda a gratidão e compaixão de quem enriquece a vida uns aos outros.